domingo, 8 de maio de 2011

FALANDO DE AMOR

"E sobre tudo isto, revesti-vos do amor, que é o vínculo da perfeição."
(Cl. 3:14).

Amados, ontem foi um dia especial para mim. Em todos os lugares que eu ia, de uma forma ou de outra, o Senhor falava sobre o amor comigo, e eu senti o desejo de compartilhar pelo menos um pouquinho do muito que Deus falou comigo com vocês. Bom, não sei se vou conseguir falar tudo, mas vamos lá!
Em primeiro lugar, gostaria de falar um pouquinho sobre este texto, que nos apresenta o amor como sendo “o vínculo da perfeição”, ou seja, o amor é aquele que aperfeiçoa nosso caráter. É por isso que precisamos estar revestidos de amor, isto é, o amor deve envolver a nossa vida, estar presente em tudo o que fazemos. Apesar de ser um sentimento tão nobre e necessário, o amor não é um sentimento simples, fácil de ser vivido. Precisamos ser aperfeiçoados no amor (1 Jo. 4:7-18). Pois é! É como se houvesse um controle de qualidade do amor em nós. Uma coisa é o amor natural que temos, e outra o amor que vem de Deus. O amor que temos é imperfeito, e é o amor que o Senhor coloca no nosso coração que aperfeiçoa o nosso caráter e que nos une perfeitamente. Portanto, não há aperfeiçoamento no amor sem conhecimento de Deus e intimidade com Ele.
Quando somos aperfeiçoados no amor, aprendemos a amar com um amor sacrificial, que se doa, que busca a felicidade do outro para ser feliz, que está disposto a pagar o preço pela pessoa amada. Cristo nos deu o exemplo na cruz, e espera que sigamos seu exemplo por amor a ele e ao outro. Devemos ser, a exemplo de Cristo, aquele que não apenas se doa, mas que ama primeiro, independente do outro.
Isto tudo parece louco de mais, não é? Geralmente, temos medo de amar, mesmo quando somos amados, quer porque imaginamos que uma hora seremos abandonados, quer porque temos medo de amar mais do que somos amados. Mas o texto de primeira João nos diz que o verdadeiro amor lança fora todo medo (V. 18). Assim, quando permitimos que os nossos temores dominem o nosso coração, não conseguimos viver o amor de forma plena. Sempre imaginamos que seremos rejeitados pelas nossas imperfeições, e isto altera a qualidade do amor que demonstramos para quem amamos.
O apóstolo Pedro, ao ressaltar a importância de termos o amor acima de todas as coisas, nos diz que “o amor encobre uma multidão de pecados” (1 Pe. 4:8). Vemos, então, que o amor, além de ser aquele que nos aperfeiçoa, é também aquele que nos faz amar o outro mesmo conhecendo suas imperfeições. Portanto, não precisamos achar que não somos dignos de amor e sempre seremos rejeitados, e podemos e devemos enxergar, o quanto nos for possível, muito mais as virtudes do que as imperfeições das pessoas. Troquemos, então, os nossos temores pela moderada ousadia do Senhor (2 Tm. 1:7).
Por útimo, amados, queria ressaltar a longanimidade que o amor tem para esperar. Em 1 Coríntios 13, vemos que o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Acho que o texto, por si só, se explica. Por isso, gostaria de terminar este bate-papo meio longo sobre o amor com uma bela história que nos ensina de forma prática que o amor pode esperar. Não tente viver um amor pragmático! Não ache que esperar no Senhor para viver o amor é um disperdício de tempo, porque os que esperam no Senhor não perdem tempo.
Vamos à história, e que o Senhor te abençoe!

UMA HISTÓRIA DE AMOR

Eu retornava pra casa, em um dia muito frio quando tropecei em uma carteira. Procurei por algum meio de identificar o dono. Mas a carteira só continha três dólares e uma carta amassada, que parecia ter ficado ali por muitos anos.
No envelope, muito sujo, a única coisa legível era o endereço do remetente. Comecei a ler a carta tentando achar alguma dica. Então eu vi o cabeçalho. A carta tinha sido escrita quase sessenta anos atrás. Tinha sido escrita com uma bonita letra feminina em azul claro sobre um papel de carta com uma flor ao canto esquerdo. A carta dizia que sua mãe a havia proibido de se encontrar com Michael mas ela escrevia a carta para dizer que sempre o amaria. Assinado Hannah.
Era uma carta bonita, mas não havia nenhum modo, com exceção do nome Michael, de identificar o dono. Entrei em contato com a cia telefônica, expliquei o problema ao operador e lhe pedi o número do telefone no endereço que havia no envelope.
O operador disse que havia um telefone mas não poderia me dar o número. Por sua própria sugestão, entrou em contato com o número, explicou a situação e fez uma conexão daquele telefone comigo.
Eu perguntei a senhora do outro lado, se ela conhecia alguém chamada Hannah. Ela ofegou e respondeu:
- "Oh! Nós compramos esta casa de uma família que tinha uma filha chamada Hannah. Mas isto foi há 30 anos!”
- "E você saberia onde aquela família pode ser localizada agora?" Eu perguntei.
- "Do que me lembro, aquela Hannah teve que colocar sua mãe em um asilo alguns anos atrás", disse a mulher. "Talvez se você entrar em contato eles possam informar".
Ela me deu o nome do asilo e eu liguei. Eles me contaram que a velha senhora tinha falecido alguns anos atrás mas eles tinham um número de telefone onde acreditavam que a filha poderia estar vivendo. Eu lhes agradeci e telefonei. A mulher que respondeu explicou que aquela Hannaa estava morando agora em um asilo. A coisa toda começa a parecer
estúpido, pensei comigo mesmo. Pra que estava fazendo aquele movimento todo só para achar o dono de uma carteira que tinha apenas três dólares e uma carta com quase 60 anos?
Apesar disto, liguei para o asilo no qual era suposto que Hannah estava vivendo e o homem que atendeu me falou,
- " Sim, a Hannah está morando conosco." Embora já passasse das 10 da noite, eu perguntei se poderia ir para vê-la.
- "Bem", ele disse hesitante, "se você quiser se arriscar, ela poderá estar na sala assistindo a televisão".
Eu agradeci e corri para o asilo. A enfermeira noturna e um guarda me cumprimentaram à porta. Fomos até o terceiro andar. Na sala, a enfermeira me apresentou a Hannah. Era uma doçura, cabelo prateado com um sorriso calmo e um brilho no olhar. Lhe falei sobre a carteira e mostrei a carta. Assim que viu o papel de carta com aquela pequena flor
à esquerda, ela respirou fundo e disse:
- "Esta carta foi o último contato que tive com Michael".
Ela pausou um momento em pensamento e então disse suavemente:
- "Eu o amei muito. Mas na ocasião eu tinha só 16 anos e minha mãe achava que eu era muito jovem. Oh, ele era tão bonito. Ele se parecia com Sean Connery, o ator".
- "Sim," ela continuou. "Michael Goldstein era uma pessoa maravilhosa. Se você o achar, lhe fale que eu penso freqüentemente nele. E...", ela
hesitou por um momento, e quase mordendo o lábio, "... lhe fale que eu ainda o amo. Você sabe."
Ela disse sorrindo com lágrimas que começaram a rolar em seus olhos:
- "Eeu nunca me casei. Eu jamais encontrei alguém que correspondesse ao Michael..."
Eu agradeci a Hannah e disse adeus. Quando passava pela porta da saída, o guarda perguntou:
- "A velha senhora pode lhe ajudar?"
- "Pelo menos agora eu tenho um sobrenome. Mas eu acho que vou deixar isto para depois. Eu passei quase o dia inteiro tentando achar o dono desta carteira".
Quando o guarda viu a carteira, ele disse:
- "Ei, espere um minuto! Isto é a carteira do Sr. Goldstein. Eu a reconheceria em qualquer lugar. Ele está sempre perdendo a carteira. Eu devo tê-la achado pelos corredores ao menos três vezes".
- "Quem é Sr. Goldstein?". Eu perguntei com minha mão começando a tremer.
- "Ele é um dos idosos do 8º andar. Isso é a carteira de Mike Goldstein sem dúvida. Ele deve ter perdido em um de seus passeios".
Agradeci o guarda e corri ao escritório da enfermeira. Lhe falei sobre o que o guarda tinha dito. Nós voltamos para o elevador e subimos. No oitavo andar, a enfermeira disse:
- "Acho que ele ainda está acordado. Ele gosta de ler à noite. Ele é um homem bem velho."
Fomos até o único quarto que ainda tinha luz e havia um homem lendo um livro. A enfermeira foi até ele e perguntou se ele tinha perdido a carteira. Sr. Goldstein olhou com surpresa, pondo a mão no bolso de trás e disse:
- "Oh, está perdida!"
- "Este amável cavalheiro achou uma carteira e nós queremos saber se é sua?"
Entreguei a carteira ao Sr. Goldstein, ele sorriu com alívio e disse:
- "Sim, é minha! Devo ter derrubado hoje a tarde. Eu quero lhe dar uma recompensa".
- "Não, obrigado", eu disse. "Mas eu tenho que lhe contar algo. Eu li a carta na esperança de descobrir o dono da carteira".
O sorriso em seu rosto desapareceu de repente.
- "Você leu a carta?"
-"Não só li, como eu acho que sei onde a Hannah está". Ele ficou pálido de repente.
- "Hannah? Você sabe onde ela está? Como ela está? É ainda tão bonita quanto era? Por favor, por favor me fale", ele implorou.
- "Ela está bem... E bonita da mesma maneira como quando você a conheceu". Eu disse suavemente.
O homem sorriu e perguntou:
- "Você pode me falar onde ela está? Quero chamá-la amanhã ". Ele agarrou minha mão e disse:
"Eu estava tão apaixonado por aquela menina que quando aquela carta chegou, minha vida literalmente terminou. Eu nunca me casei. Eu sempre a amei."
- "Sr. Goldstein", eu disse, "Venha comigo".
Fomos de elevador até o terceiro andar. Atravessamos o corredor até a sala onde Hannah estava assistindo televisão. A enfermeira caminhou ate ela: -"Hannah, " ela disse suavemente, enquanto apontava para Michael que estava esperando comigo na entrada. "Você conhece este homem?"
Ela ajeitou os óculos, olhou um momento, mas não disse uma palavra. Michael disse suavemente, quase em um sussurro:
- "Hannah, é o Michael. Lembra-se de mim?"
- "Michael! Eu não acredito nisto! Michael! É você! Meu Michael!"
Ele caminhou lentamente até ela e se abraçaram. A enfermeira e eu partimos com lágrimas rolando em nossas faces.
- "Veja", eu disse. "Veja como o bom Deus trabalha! Se tem que ser, será!".
Aproximadamente três semanas depois eu recebi uma chamada do asilo em meu escritório.
-"Você pode vir no domingo para assistir a um casamento? O Michael e Hannah vão se casar"!
Foi um casamento bonito, com todas as pessoas do asilo devidamente vestidos para a celebração. Hannah usou um vestido bege claro e bonito. Michael usou um terno azul escuro. O hospital lhes deu o próprio quarto, e se você sempre quis ver uma noiva com 76 anos e um noivo com 79 anos agindo como dois adolescentes, você tinha que ver este par.Um final
perfeito para um caso de amor que tinha durado quase 60 anos.

(Desconheço o Autor)

Um comentário:

  1. Eu ia dizer que ao escrever esta postagem você estava inspirada, então ao recordar-me de todas as outras, lembrei-me que não foi apenas nesta. Sempre estás inspirada, não é amiga?! O amor precisa ser amado. Ouço tantos falando do amor como algo que traz sofrimento, não sabem eles que o que o traz não é o amor, são as nossas imperfeições, é o fato de deixarmos coisas banais superarem o amor que dizemos sentir, é o fato de permitirmos que o medo nos impeça de ser feliz ao lado de quem amamos, o fato de deixarmos que outros coloquem-se entre nós e a pessoa por quem somos enamorados, é o fato de darmos brechas a sentimentos contrários ao amor. Não é o amor. Logo ele que nos ergue, que nos faz querer viver, sendo taxado como vilão por tantos que não foram aperfeiçoados pelo exercício de amar. Essa história ou estória que postou, é linda. O amor, muitas vezes, está a nossa frente e nem percebemos, ou até mesmo nos recusamos a vê-lo. É mesmo uma pena. Há uma música que diz: "Nada vai me fazer desistir do amor", pois é, que nada nos faça desistir dele, porque dentre a fé, a esperança e o amor, este último é o maior.

    Beijos minha amiga,
    Débora.

    ResponderExcluir