quarta-feira, 29 de setembro de 2010

I ESTUDO DA CARTA DE TIAGO

Olá, amados! A paz do Senhor!
Como dissemos a semana passada, estamos começando uma série de estudos aqui no blog. Mande seus comentários, sugestões, acrescente e permita que o Senhor edifique a todos nós através da sua vida!
Esse primeiro estudo será bem introdutório, afim de que conheçamos um pouquinho acerca do livro de Tiago, antes de entrarmos nele, de fato. Mesmo assim, a minha oração é que o Senhor possa abençoar sua vida!
Grande abraço!


“Tiago, servo de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que estão dispersas, saúde.” (Tg. 1.1).

A Epístola de Tiago faz parte do que denominamos de Epístolas Gerais, ou seja, são as epístolas que não foram escritas para uma Igreja especificamente, mas para as Igrejas. São elas Hebreus, Tiago, primeira e segunda de Pedro, primeira, segunda e terceira de João e Judas.

1. Autoria:
O nome Tiago significa “o que suplantou”. Há três teorias que explicam a autoria da carta de Tiago. A primeira aponta Tiago, filho de Zebedeu e irmão de João como o autor da carta (Mc. 1.19; Mt. 4.21). Entretanto, este Tiago foi morto pelo rei Herodes Agripa I, (At. 12.1-2), aproximadamente no ano 44 D.C, o que lhe impossibilita de ser o autor. Tiago, filho de Alfeu (Mt. 10.3; Mc. 15.40; Mt. 21.6) também é apresentado como o autor da carta. Entretanto, ele não era considerado um apóstolo, o que não lhe conferia o reconhecimento público necessário para tanto. Por fim, temos Tiago, o irmão do Senhor (Mt. 13.55; Gl. 1.19), que se converteu por ocasião da ressurreição de Jesus (1 Co. 15.7), e foi o líder da Igreja em Jerusalém (At. 15.13; 21.18; Gl. 2.9).

2. Destinatário:
No primeiro verso da carta lemos que ela foi escrita às doze tribos da dispersão. Isto pode significar duas coisas: A primeira é que Tiago escreve aos que eram Judeus convertidos e estavam espalhados por vários outros lugares, desde o cativeiro Babilônico (597 A.C) que durou setenta anos. E o segundo é que Tiago estava escrevendo àqueles irmãos que por causa da perseguição que sobreveio ao Cristianismo depois da morte de Estevão e Tiago, irmão de João, foram para outros lugares. Isto faz com que a carta esteja repleta do Espírito Judaico, pois ela foi escrita, primordialmente, para os Judeus convertidos que estavam dispersos.

3. Natureza da carta:
Há alguns aspectos que se destacam nesta epístola:
A) Forte tom de exortação pastoral.
B) Desprendimento de sua estrutura: A maior parte da carta é composta de parágrafos curtos que parecem não ter nenhuma relação com o anterior, em alguns casos, dificultando assim encontrarmos um tema central.
C) Extenso uso de metáforas e ilustrações, que tornavam a carta mais popular.
D) A propensão de Tiago de usar outras fontes.
Tudo isso contribui para que Tiago tenha forma muito mais de vários sermões, do que propriamente de uma epístola, especialmente porque nela não encontramos saudação ou conclusão.
4. Data:
A Epístola de Tiago foi escrita mais ou menos em 55-60 D.C, pois a condição institucionalizada das Igrejas endereçadas em Tiago, junto com o problema do mundanismo, nos levam a esta data, de modo que Tiago pode ser o documento mais antigo do Novo Testamento.

5. Mensagem:
O tema central desta carta é “justificação diante dos homens”. Muitos afirmam que a Teologia de Tiago se opõe à Teologia de Paulo. Entretanto, enquanto Paulo foca na justificação que nos torna salvos e que só vem mediante o sacrifício perfeito de Cristo e mediante a nossa fé colocada nEle, Tiago, embora não discordando de Paulo, foca naquela justificação diante dos homens e que evidencia a salvação que um dia recebemos através das nossas obras. Em outras palavras, somos salvos através da salvação que vem de Cristo, mas depois de a recebermos, precisamos ter atitudes que condizem com o que recebemos de Deus. Isto também é defendido pelo apóstolo Paulo (Ef. 2.10; Cl. 3).

6. Esboço:
I. Declaração de abertura (Tg. 1.2-18).
II. A necessidade de se colocar em prática a palavra de Deus (Tg. 1.19-2.26).
III. Brigas na comunidade e seu antídoto (Tg. 3.1-4.12).
IV. Tipos de atitudes e comportamentos que devem caracterizar a vida “nos útimos dias” (Tg.4.13-5.11).
V. Questões de oração e juramento, com a conclusão com o estímulo para que se conduza os pecadores ao arrependimento (Tg. 5.12-20).

7. Aplicação.
Aprendemos com Tiago que embora sejamos salvos pela fé e devamos viver pela fé, nossa fé também tem um aspecto prático que precisa ser vivido. É a prática que evidencia os frutos de arrependimento presentes no coração. Devemos atentar para a perspectiva de Tiago de que tudo o que acontece conosco, ou tudo o que acontece com os nossos relacionamentos interpessoais, é simplesmente fruto do que aconteceu primeiro dentro de nós. Portanto, se somos provados, somos para sermos modados por dentro; se somos tentados, somos por causa dos maus desejos que existem lá dentro; se vivemos uma fé superficial e religiosa, vivemos por causa da nossa falta de paixão pelo Senhor e pela nossa falta de comunhão com ele; se não guardamos os mandamentos do Senhor, é porque temos amado mais a vida que o mundo nos oferece; se tantas confusões acontecem no meo da Igreja, acontecem porque colocamos os nossos desejos e necessidades em primeiro lugar, vendo o outro não como irmão, mas como inimigo; se não temos a conduta correta, é porque precisamos corrigir os sentimentos.
Que o Senhor, em Cristo, nos abençoe.

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