segunda-feira, 22 de março de 2010

NO QUE TEMOS CRIDO?

“6 Portanto, assim como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim também nele andai,
7Arraigados e edificados nEle, e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, abundando em ação de graças,
8 Tendo cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de Filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo.
9 Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade,
10 e tendes a vossa plenitude Nele, que é a cabeça de todo principado e potestade,
11 no qual fostes circuncidados com a circuncisão não feita por mãos no despojar do corpo na carne, a saber, a circuncisão de Cristo.”
(Cl. 2:6-11).

Nestes dias em que tantos falam o que querem e há tantas Filosofias, neste mundo onde tudo se torna relativo e o que é verdade para mim pode não ser para outro sem problema algum, eu fico pensando: Se não há mais verdades absolutas, em que vamos nos apoiar? Talvez por isso temos uma sociedade cada vez mais fragmentada em grupos, onde cada um defende a sua própria “verdade”.
Valores antes preservados como a moral e a família, há muito estão sendo desconstruídos, trocados por algo que ainda nem se conhece. E o que mais me impressiona nisso tudo, é que aqueles que defendem a desconstrução destes valores em troca de uma dita “liberdade” não estão vendo os resultados. Esta reformulação está trazendo muito mais destruição que liberdade. Que liberdade é esta que faz com que a cada dia aumente o número de casos de depressão, que deixa as nossas mães solteiras ou solitárias e os nossos filhos órfãos, que faz com que os nossos jovens procurem a liberdade no sexo livre e nas drogas e morram cada vez mais cedo por DSTs, overdose ou dívida de tráfico?
Infelizmente, não é só o mundo secular que tem aderido a este comportamento, mas nós, que nos chamamos o povo escolhido de Deus, temos nos deixado influenciar também. Quando dizemos que a vontade de Deus está acima de tudo, mas a nossa vontade é que é feita na prática; quando dizemos que a Palavra de Deus é a nossa regra de fé e prática, mas muitas vezes distorcemos conscientemente os textos bíblicos para arranjar desculpas para o nosso pecado; quando dizemos que Deus ama a família, mas não cuidamos da nossa e achamos que divórcio não é tão ruim assim e namoro não precisa de santidade; quando temos tempo para todas as coisas, mas esquecemos de ter tempo para Deus; quando agimos assim, nós também criamos, quer admitamos ou não, o nosso próprio conceito, a nossa própria verdade. E não é porque cada grupo de Cristãos tem sua própria verdade que a Igreja deCristo anda como se não fosse mais um corpo, mas vários?
Gostaria que penssássemos sobre isso e meditássemos nas palavras do apóstolo Paulo. Veja a primeira frase deste texto: “Portanto, assim como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim também nEle andai”. Você, certamente, lembra de quando começou a andar com Deus, da simplicidade que havia na sua fé. Quem sabe hoje seja tempo de vivermos com intensidade, não apenas a profundidade da fé, mas também a sua simplicidade. Precisamos lembrar dos ensinamentos que recebemos, afim de que andemmos em conformidade com eles.
A nossa fé também precisa ser firme. Não dá mais para crer em um momento e duvidar em outro. É por isso que devemos preservar as nossas raízes, no bom sentido desta expressão. Temos que ter memória, lembrar das coisas grandes que Deus fez e nos ensinou, e termos um coração agradecido por tudo.
Se tivermos este cuidado, ninguém nos levará enganados por outros caminhos que não agradam a Deus. Quantas vezes temos uma promessa, e Deus fala conosco nos orientando sobre como devemos fazer. Mas a ansiedade vem, não sabemos esperar, e do nada surge alguém, ainda que dando uma de profeta de Deus, e nos diz para fazermos o contrário daquilo que Deus nos disse anteriormente. Aí, parece que nós fazemos como a história do profeta novo e do profeta velho narrada em 1 Reis 13. O profeta jovem havia recebido uma ordem detalhada de Deus, que incluía até mesmo o caminho que ele deveria voltar depois de ter obedecido. O próprio Deus falou com ele. Mas na volta, um velho profeta se aproximou e afirmou que Deus também havia lhe dito para que o jovem profeta fizesse o contrário do que Deus havia dito anteriormente. Ele trocou aquilo que o próprio Deus havia falado, pela Palavra do profeta, e acabou morto por feras.
O mundo também vai nos apresentar enganos sutis, e nós precisamos estar atentos ao que o Espírito de Deus e a sua Palavra nos diz. Mas para isso, não apenas as nossas palavras revestidas de ortodoxia, mas também a nossa vida prática e as nossas decisões precisam demonstrar que a nossa fé está firmada em Cristo. Nós precisamos crer que Ele é a plenitude da Divindade, que não precisa de substitutos ou auxiliares, não precisa que lhe dêem um impurrãozinho, porque tem todo poder nas mãos. Ele foi o sacrifício perfeito e nos é suficiente para tudo. Nele nós somos completos, embora não tenhamos tudo o que queremos. Em Cristo nós temos a autoridade sobre todos os demônios, e por isso não precisamos ceder às suas tentações nem lhe servir como se fôssemos escravos. Cristo já nos libertou. Deu-nos uma nova aliança com Ele e agora somos um.
Em fim, amados, a minha oração é que não permitamos que a verdade da Palavra de Deus se aparte do nosso coração. Que ela não seja uma verdade relativa, mas absoluta para nós, e que nenhuma Filosofia de homens nos leve para longe de Cristo, que guardou e cumpriu a Palavra de Deus até o fim para que hoje fôssemos salvos por sua graça. Não torne barato o que custou tudo para Cristo. E aqui fica a pergunta aos nossos corações: No que temos crido?

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